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Um ano após as eleições: estamos acompanhando o trabalho de quem elegemos?
Fonte: Agência Brasil

Um ano após as eleições: estamos acompanhando o trabalho de quem elegemos?

Mudar a cidade começa por lembrar o que foi prometido e acompanhar o que está sendo feito.

Há exatamente um ano, estávamos cercados por jingles, bandeiras nas ruas e promessas políticas estampadas em cada esquina. Passada a eleição, a vida segue. Mas será que seguimos acompanhando o trabalho de quem elegemos? Será que estamos atentos se as promessas foram cumpridas?

O voto é um ponto de partida, não de chegada. E o período entre as eleições é justamente quando o cidadão pode — e deve — cobrar, fiscalizar e refletir sobre os rumos da cidade.

O ciclo eleitoral e o esquecimento rápido

No Brasil, a cada dois anos vamos às urnas.

  • A cada quatro anos, escolhemos prefeitos e vereadores.
  • Dois anos depois, elegemos presidente, governadores, deputados e senadores.

Esse calendário constante deveria nos manter ativos na fiscalização. Mas, na prática, grande parte da população lembra da política apenas durante o período da campanha. E, nesse intervalo, decisões municipais impactam diretamente nossa rotina: transporte, saúde, escolas, cultura e lazer.

Santo André: para onde estamos caminhando?

O que mudou de fato na cidade desde a última eleição?

  • Mobilidade: seguimos sem metrô no município e com a promessa da linha rosa ainda distante. O andreense continua gastando, em média, três horas por dia no transporte público.
  • Cultura e lazer: com quase R$40 milhões de orçamento anual, ainda faltam grandes programas gratuitos de acesso à cultura, peças de teatro ou shows. Seguimos sem um cinema de rua ativo.
  • Assistência social: o tema permanece tratado como “assistência barata”, sem programas que realmente tragam transformação e dignidade.
  • Problemas recorrentes: enchentes, trânsito, falta de áreas de lazer de qualidade. Questões antigas que permanecem sem solução.

O resultado é a sensação de que vivemos em um município-dormitório, dependente da capital, sem explorar todo o potencial de ser uma cidade autônoma e vibrante.


Bem vindo a Santo André Fonte: Pinterest

Promessas x realidade: o déjà-vu político

A cada eleição, discursos e promessas se repetem. Grandes obras iniciadas no fim de mandato, anúncios de investimentos que não se concretizam e slogans que parecem reciclados.

Como bem escreveu o professor Renato Janine Ribeiro em 2014:

Não se melhora do dia para a noite o ônibus, o trem do subúrbio, o hospital, a escola, a polícia, mas as pessoas sequer sentem as mudanças começando. Tudo isso dá uma sensação de déjà vu, de repetição...

O cidadão se pergunta: o que realmente avançou desde o último pleito?

Por que é importante acompanhar?

  • Cobrança: só quem conhece as promessas consegue cobrar de forma efetiva.
  • Transparência: entender o orçamento e para onde vai o dinheiro da cidade.
  • Planejamento: saber se a gestão tem visão de futuro ou apenas administra problemas.
  • Consciência política: votar de novo daqui a três anos com base em fatos, não em discursos.

Santo André pode mais

A cidade tem potencial para ser protagonista, não coadjuvante. Mas para isso precisamos:

  • Reconhecer os problemas crônicos.
  • Questionar: por que as soluções não avançam?
  • Pensar no que queremos para os próximos anos: uma cidade com transporte ágil, lazer acessível, cultura ativa, infraestrutura moderna e qualidade de vida real.

Porque, como já cantava a banda Titãs:

A gente não quer só comida,

A gente quer comida, diversão e arte.

A gente não quer só comida,

A gente quer saída para qualquer parte.

O primeiro passo para mudar é lembrar em quem votamos, quais promessas foram feitas e como está a entrega de cada uma delas.

A pergunta que fica é simples, mas poderosa:

Você tem acompanhado o trabalho de quem elegeu? E, principalmente, Santo André está caminhando para onde queremos chegar?